O foco está na tocante história da narradora que é escolhida pelo pai para ser a única a ir ao cinema com a missão de retornar de lá e contar a história do filme. Seus relatos são tão vívidos e criativos que logo se tornam uma atração no povoado.
A narradora - solicitada primeiro pela família e em seguida por todos da cidade - vai enchendo a vida das pessoas com sonhos que elas, por diversos motivos, não podem consumir diretamente.
A narrativa é breve e ágil. Isso é bom e ruim ao mesmo tempo: bom porque deixa o livro fluir de um modo que não há excessos ou rebarbas a serem aparadas. Ruim porque em várias partes senti uma vontade grande de saber mais daquela família tão peculiar e seus conflitos internos.
"A mesma coisa acontecia com as lembranças mais lindas da minha mãe. As imagens dos poucos momentos felizes vividos com ela iam se desvanecendo na minha memória, inapelavelmente, como cenas de um filme velho. Um filme em branco e preto. E mudo."
Destaco também a bela edição feita pela CosacNaify que divide a narrativa em telas numa alusão perfeita à que se tem dentro de uma sala de cinema.
Li também que o livro vai virar filme pelos olhos e mãos talentosas de Walter Salles. Vamos aguardar!
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