Páginas

domingo, 29 de dezembro de 2013

Filmes de 2013


52 sessões no cinema e 47 sessões em casa fizeram de 2013 uma temporada fraca. Compare: em 2011 eu assisti 95 filmes só na tela grande. No entanto, os deslumbramentos continuam tão intensos como nunca. Abaixo minhas escolhas em uma lista de filmes que me atravessaram nesse ano. 

Ah, é bom lembrar que, mesmo estando numerados, não há uma ordem de preferência e que nem todos os títulos foram lançados em 2013, mas se estão aqui é porque tive contato com eles neste ano.

Os melhores filmes do ano:
1. Antes da Meia-Noite
2. Frances Ha
3. O Abismo Prateado
4. Gravidade
5. Blue Jasmine

Os melhores filmes que ninguém viu:
1. Uma Garrafa no Mar de Gaza
2. Deixe a Luz Acesa
3. Elena
4. A Delicadeza do Amor
5. Entre o amor e a paixão

Os melhores filmes que assisti em casa:
1. A Fonte das Mulheres
2. Taxi Driver
3. Carrie, a estranha
4. Carne Trêmula
5. O Iluminado

Constrangimentos do ano:
1. As piadas estendidas além da conta de "Minha Mãe é uma Peça"
2. O trailer incrível do filme mais ruim do ano: "Mamma"
3. As inúmeras maquiagens pesadas de "A Viagem"
4. A morte de "Lincoln" no final do filme do Spielberg.
5. A maquiagem risível que tentou transformar Anthony Hopkins em "Hitchcock"

Cenas inesquecíveis:
1. O por do sol visto pelo casal Jesse e Celine em "Antes da Meia-Noite"
2. Frances correndo pelas ruas de Nova York ao som de Modern Love no filme "Frances Ha"
3. A valsa de "Anna Karenina"
4. As várias mulheres flutuando na água no filme "Elena"
5. O número musical feito pelos comissários pelos corredores do avião em "Amantes Passageiros"

Os cartazes mais incríveis:
1. A vida secreta de Walter Mitty
2. Frances Ha
3. Deixe a luz acesa
4. Elena
5. Era uma vez, eu, Verônica

Personagens inesquecíveis:
1. O mordomo vivido por Samuel Lee Jackson em "Django Livre"
2. Alma, a esposa de Hitchcock, vivida magistralmente por Helen Mirren
3. A protagonista (em queda livre) vivida por Cate Blanchet no filme "Blue Jasmine"
4. A velhinha do filme "Histórias existem quando lembradas" interpretada por Sonia Guedes
5. Fuzil, a matriarca rebelde de "A fonte das Mulheres"

Os filmes que me fizeram escrever:
01. Antes da Meia-Noite
02. Invocação do Mal
03. Blue Jasmine
04. As Vantagens de ser invisível
05. A vida secreta de Walter Mitty
06. Carrie
07. The Bling Ring
08. O Homem de Aço
09. Os Amantes Passageiros 

Imagem capturada aqui.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Imprevisto de Natal


Era sonho de menino: ter um Ferrorama da Estrela para brincar.
Era realidade de menino: meus pais não tinham condições financeiras de me dar um de presente.

Ontem, quase 30 anos depois, um Ferrorama original, reuniu a família inteira em torno do brinquedo que chegou aqui em casa acionando muito mais do que uma locomotiva apenas. A cada volta nos trilhos de plástico, memórias eram acionadas e histórias recontadas. Em meio às lembranças, risos, chuva, choros, sopa quente e outros tantos desatinos.

Era noite de Natal!

A gente só não sabia que a celebração aconteceria um dia antes do previsto.

Foto: Wolney Fernandes

Melhores do Instagram

O Instagram é, sem sombra de dúvida, minha rede social favorita. E nesse último ano, os recursos aumentaram com as possibilidades de postar vídeos e fazer postagens endereçadas. Pra ficar melhor, só falta mesmo um controlador de intensidade para os filtros (ajuda aí, equipe do Instagram!).

Para continuar a brincadeira das listas de fim de ano, abaixo apresento uma inteirinha com as melhores fotos do ano. Vai lá: @wolneyfernandes


Top 5







Os amores de esquina





Os/as anônimos/as que me pegam pelos olhos





As melhores composições





Os autorretratos







As paisagens mais lindas





Os melhores vídeos

1. Tempo marcado
2. Sob o vento das últimas flores
3. Em dias de chuva


As fotos que o pessoal mais curtiu

355 curtidas

360 curtidas

363 curtidas

domingo, 22 de dezembro de 2013

Vidas Secretas


Eu tenho lapsos oníricos. Seja na reunião chata do trabalho ou enquanto caminho pelo centro da cidade, vez por outra, encontro um lugar que foge aos sentidos. É certo que a capacidade de inventar realidades para dar conta dos meus sonhos já foi maior. Hoje são lapsos apenas, mas antes, sonhar era um estado, quase uma permanência. O primeiro fato que me fez sair desse lugar/estado e me me enfiou, goela abaixo, uma realidade de onde não era possível sempre fugir foi a morte do meu pai.

Quando a morte soprou sua sentença ao pé do meu ouvido, há 22 anos atrás, ela não só pronunciou vazios e saudades, como também ditou ordens severas: "Saia daí!" Não há tempo para devaneios futuros porque o presente não espera a brincadeira terminar.

Vários sonhos eu tive que guardar. Alguns se perderam pelo caminho e outros eu escondo em traços de desenhos, em objetos que coleciono, em manchas de umidade na parede ou em percursos feitos pelos meus olhos em cada esquina. São vestígios de sonhos, guardados para ventilar a realidade que caminha em compasso diferente dos meus desejos. 


"A vida secreta de Walter Mitty" [The Secret Life of Walter Mitty, EUA, 2013] é recheado com esses sopros oníricos. A cada fuga cinematográfica do protagonista - todas muito bem alinhavadas - eu embarcava, com ele, numa viagem sem passagem de volta. A beleza de cada uma das cenas, brilhantemente fotografadas e ordenadas para agradar os olhos e a alma asséptica de qualquer designer gráfico ajudaram bastante nisso! No mundo idealizado, no meu e no de Mitty, tudo está no lugar e obedece uma grid imaginária que enquadra nosso cotidiano ao som da melhor trilha sonora (Space Oddity do David Bowie, só pra começar!) e o conduz por aventuras mirabolantes sob o azul de um céu que está sempre aberto.

Uma realidade imaginada assim é, de longe, um deleite visual. E se digo "de longe" é porque, de perto, bem ali na tela do cinema e aqui na minha cabeça, algumas delas parecem slides de powerpoint motivacionais. 

Embora fale, exalte e até exagere um pouco nas virtudes de "acreditar em si mesmo", Walter Mitty é mais do que um filme de autoajuda. É também sobre os conflitos do digital sobre o analógico e das estratégias que precisamos rever para que essas duas esferas não se contraponham, mas se complementem em maior ou menor escala, dependendo do modo como nos relacionamos com elas.

A história, bem simples, gira em torno de um homem frustrado que usa a imaginação como maneira de escapar de seu cotidiano opressivo. Chefe do departamento de negativos da revista Life, Walter precisa encarar a realidade quando a foto que irá estampar a capa da última edição impressa da publicação desaparece.


Walter Mitty, como eu, surge como um sonhador naturalmente incorrigível e, ao menor sinal de problema, planta os dois pés nas nuvens. Medos e inseguranças permeiam seu cotidiano fazendo com que ele o recrie mentalmente, imaginando as situações de um ponto de vista ideal.

Quantas vezes eu também já fiz isso? Inúmeras. Na mais recorrente delas, eu saio de casa para estudar, ainda na adolescência, e ganho o mundo sem precisar olhar para trás.

Foi preciso a morte me tocar de maneira tão próxima para que eu compreendesse que "olhar para trás" também é movimento da vida, essa danada que além de não caber nos sonhos, ainda não se desenha em linha reta. Nesse constante ir e vir, eu sigo. E se não dá para saber a trilha da felicidade ou amarrar todas as pontas soltas como no filme, o jeito é aprender a "mastigar as dores e colocar a vida no presente"*.

(*) Citação de Walderes Brito

Filas, paçocas e bem-querer


A casa lotérica derramava gente pela calçada, mas de onde eu estava dava pra ver o começo da fila. Três atendentes, dois rapazes e uma moça tentavam, sem muito sucesso, dar cabo das curvas que se encaracolavam naquele espaço minúsculo. Era da moça, a responsabilidade da fila preferencial. 

Antes de chegar a vez da senhora com saia de passarinhos, vi um homem baixinho se adiantar até a atendente e, com dois toques feitos com o dedo indicador, conseguir a atenção da moça por trás do vidro. Ela sorriu e lhe entregou dinheiro. Junto do gesto, uma expressão apenas: "o de sempre!"

Ele se virou seguindo a orientação e saiu da casa lotérica. Dois atendimentos depois e eu já tinha me esquecido da cena até que, uns vinte minutos depois, vejo o homem voltar com uma marmitex. A moça que já tinha encerrado o atendimento do seu guichê, abriu a porta para receber a encomenda e após um breve agradecimento, foi surpreendida com uma paçoquinha que o homem tirou do bolso e entregou junto com um sorriso.

Passei o resto daquele dia me perguntando quanto de bem-querer coube naquele gesto e quantos gestos de amor podem existir no tempo que dura uma fila? 

Imagem capturada aqui.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

A ausência que seremos


Na caixa de mensagens, um pedido: "Se estiver inteiro, vou aceitar que me leve para um parque". Embora eu não soubesse, aquele seria o último desejo do Walderes, registrado em linhas breves, mas cujo sentido eu faço ressoar de um jeito novo depois que ele partiu.

Tínhamos combinado uma tarde juntos, no parque, onde ele iria inaugurar uma cadeira de armar e eu ouviria trechos de um livro que ele tinha gostado bastante. Pediu para ler em voz alta pra mim. Vontade de anunciar as belezas que, em meio as dores que o câncer lhe impunha, também lhe atravessavam o peito nos últimos dias.

Os dias... tão banais até que se saibam últimos, tão cheios de depois até que se mostrem derradeiros. Por distração ou cansaço - nunca se sabe! - entupimos os universos contidos em cada instante na esperança de haver uma próxima oportunidade. O domingo acabou e Walderes não conseguiu ir ao parque comigo. Não estava inteiro. Era preciso juntar os pedacinhos que ele bravamente respigava a cada procedimento médico.

Na última vez que nos vimos, subi as escadas do primeiro andar do seu apartamento, decidido a convocá-lo a ler para mim. Desejava ouvir os trechos descolados das páginas do livro ao som da sua voz serena. Já que não era possível no parque, seria ali mesmo, no quarto onde ele repousava sob os cuidados da mãe. Os princípios da conversa me mostraram que ele não desejava falar, mas ouvir apenas. Perguntou-me tudo sobre os dias que estive em Recife e, enquanto eu falava, sem que ele soubesse, dobrei a vontade de ouvi-lo e coloquei-a no bolso. Ainda não era a hora.

Na saída, fiz carinho e desejei tranquilidades, embora meu próprio coração intranquilo, se apertava ao vê-lo mais silencioso do que o normal. Instantes depois, já no elevador, conjurei uma máxima que ele sempre repetia pra mim: "Coragem, hombre!"

Por todas as vezes que Walderes me encorajou é que, desde as 17 horas do último dia 17, a cada hora tento me rebelar com a morte que o silenciou. Afinal, foi ele quem proclamou valor aos meus desenhos, quem sussurrou direções para eu seguir, quem anunciou um Wolney que nem eu mesmo conseguia pronunciar.

Mais que um amigo, um irmão. Um homem com ideias e jeitos para felicidades.

A saudade, essa fenda que vai nos dilapidando lentamente num traço rápido, já me fez ler e reler o que ele escrevia numa tentativa de ouvi-lo novamente. Receio que, agora, como da última vez, ele só queira escutar. Acho que chegou a hora de levá-lo para o parque, não aquele dos nossos últimos planos, mas um outro que eu carrego aqui dentro do meu peito e onde há girassóis a se perder de vista.

Sentados em cadeiras de armar, eu confessaria:

"Walderes, você bem sabe que eu não sei estradas para longe de mim. Mas sinto vontade de encontrar muitos caminhos que sonhamos juntos em passos tortos, mas ritmados. Já sei que se perder o passo, terei a calma de reencontrar, noutra estação, qualquer coisa que valha. Viu como aprendi? Hoje, eu consegui o livro cujos trechos ouviria da sua boca. Ironia, premonição ou só mais uma coincidência - o que importa isso agora? - depois de chorar um pouco, olhei outra vez para a foto da capa, li o título do livro e me encontrei na certeza da 'Ausência que Seremos'. Fique tranquilo! Meu coração há de ficar também. Enquanto eu leio o livro, aproveita a vista."

A foto é minha. 
O título do texto eu peguei emprestado do livro de Héctor Abad

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Canções de 2013


Tem coisa melhor do que passear pelas inúmeras listas "dos melhores do ano" que pipocam por aí nesta época? A gente se indigna, descobre coisas novas e, no final das contas [e dos contos], se diverte um tanto conferindo os rankings e suas idiossincrasias. Em 2010, 2011 e 2012 eu listei livros, filmes e músicas que embalaram meu ano e gostei de guardar estas referências para, no futuro, poder lembrar e experimentar os acordes, as histórias e as cenas que me emocionaram no passado. Agora, em 2013, as regras continuam as mesmas. Vou começar pelas músicas e reforço o aviso de que nem todas as produções são desse ano, mas se estão aqui é porque tive contato com elas só agora. Vamos lá!

As músicas internacionais de todas as playlists do ano:
1. Instant Crush - Daft Punk
2. Lovers In The Parking Lot - Solange
3. Wings - Birdy 
4. Always Hate Me - James Blunt
5. MegalomaniaDavid Lemaitre

As músicas nacionais de todas as playlists do ano:
1. De Graça - Marcelo Jeneci
2. Fred Astaire - Clarice Falcão
3. Ali sim, Alice - Thaís Gulin e Tom Zé
4. Capim-Limão - Cícero
5. Amor meu grande Amor - Lucas Santana

As músicas de filmes:
1. Together - The XX [Do filme "O Grande Gatsby"]
2. Franky's Princess - Émilie Simon [Do filme "A Delicadeza do Amor"]
3. Freedom Anthony Hamilton e Elayna Boynton [Do filme "Django Livre"]
4. Dirty Paws - Of Monsters and Men [Do filme "A Vida Secreta de Walter Mitty]
5. Turn to Water - Maggie Clifford [Do filme "Elena"]

Os refrãos mais grudentos:
1. Origin of Love - Mika
2. Lovebird - Leona Lewis
3. Wrecking Ball - Miley Cyrus
4. Daylight - Maroon 5 
5. Brave - Sara Bareilles  

As músicas que me fizeram dançar pela casa afora:
1. Blurred Lines - Robin Thicke
2. Dance ApocalypticJanelle Monáe
3. Move in the Right Direction - The Gossip
4. Do What U Want - Lady Gaga
5. Dancing on my Own - Robyn

As músicas que (quase) ninguém conhece:
1. Running To The Sea - Royksopp ft. Susanne Sundfor
2. I Heard - Young Fathers
3. Glow - Retro Stefson
4. Carried Away - Passion Pit
5. Different Pulses - Asaf Avidan

Os discos que ouvi do princípio ao fim
1. Moon Landing - James Blunt
2. O Grande Gatsby - Vários Artistas
3. Coexist - The XX
4. This Is - Icona Pop
5. Love me back to Life - Celine Dion

Globo de Ouro do Ano
1. Felicidade - Fábio Jr.
2. Chuva de Verão - José Augusto
3. Dona Felicidade - Trem da Alegria
4. Meu Mel - Markinhos Moura
5. Separação - Simone


Os clipes marcantes:
1. Mirrors - Justin Timberlake
2. Reflektor - Arcade Fire
3. Queenie Eye - Paul McCartney 
4. Like a Rolling Stone - Bob Dylan
5. The Fall - The Rhye
Bônus: Pompeii - Bastille

Imagem capturada aqui.

domingo, 15 de dezembro de 2013

No meu peito não cabem pássaros


Terminei de ler "No meu peito não cabem pássaros" do escritor português Nuno Camarneiro. Fiquei o domingo inteiro escolhendo um jeito de falar sobre o livro, cuja carga poética é tão intensa e, no final das contas, ainda não sei bem o que dizer. 

Em 1910, três histórias se intercalam para mostrar, de modo engenhoso, personagens muito peculiares e, cujas vidas, são tocadas pela passagem do cometa Halley pela terra. Jorge, um menino de Buenos Aires, circunscreve a realidade em jeitos inventivos e fora do comum, sofre bullying na escola e tenta entender o mundo à partir de um olhar muito peculiar. Fernando é um jovem escritor que desembarca em Lisboa para morar com as tias, estudar e se curar do luto pela morte da irmã. Karl, um imigrante que vive em Nova York, é o mais taciturno dos três. Começa como limpador de vidros e segue expurgando seus fantasmas enquanto pula de trabalho em trabalho para sobreviver na capital do mundo. 

Minha indecisão em como abordar o livro me levou a transcrever alguns trechos que me atravessaram, para que as palavras do próprio autor pudessem pronunciar o que eu [ainda] não sei dizer. Minha única certeza é que "No meu peito não cabem pássaros" é leitura imperdível. Dessas que promovem silêncios, que fazem os pensamentos circularem de um outro modo e que acarinha a pele com arrepios. Escuta só:

"Viver num sítio é ser esse sítio, emprestar-lhe a alma e receber outra em troca. As biografias deviam ordenar-se por lugares, e não por datas. Nesta rua fui assim, numa outra fui diverso. Ninguém sabe descrever uma cidade, são as cidades que nos escrevem a nós."

"A vida é uma dádiva que requer manutenção, precisa de gestos pequenos como dar corda no relógio ou sorrir a quem passa."

"Quem nos livra do mal? Ninguém nos livra do mal."

"Se pudesse, gostaria de levar o sonho da noite para o dia, trazê-lo no bolso e olhar para ele a cada instante, enquanto as pernas fazem as suas coisas de pernas e a boca diz o que dela se espera."

"Um homem atirou-se do alto com uma bíblia na mão. Diz quem viu que chegaram ao chão ao mesmo tempo, mas a bíblia ainda serve."

"Há homens tristes e homens alegres e há também homens velhos. A idade é um caldo frio de emoções passadas, sabores e aromas que se propõem ao acaso na memória dos velhos. O tempo gasta tudo o que roça, pedras e corpos, a todos o tempo arredonda as arestas como se lhes combatesse as formas. O tempo vai-nos mastigando para que a morte nos ache tenros e dóceis. Também a morte é uma senhora antiga com os dentes cansados de roer." 

"Viver como quem passeia cá por baixo, distraído de um universo aonde se há de voltar em alguma hora, até que sopre um frio de fim de tarde e uma voz chame para dentro, 'vamos, que vem noite'."

P.S.: Os três protagonistas são baseados em três autores da literatura mundial: Kafka, Jorge Luís Borges e Fernando Pessoa.