quarta-feira, 8 de maio de 2013
Contracorrente
Preciso mandar à "puta que pariu" aquela vaga impressão de que eu poderia ter me dedicado mais quando algo na vida não soar conforme meus planos. Não é excesso de confiança e nem negligência. É cansaço mesmo!
"Eu que não me sento
no trono de um apartamento
com a boca escancarada
cheia de dentes
esperando a morte chegar"
Não é de hoje que nado na contracorrente daquilo que estava traçado para o meu futuro. Desde a saída da minha cidade natal até o traçado de uma tatuagem que carrego comigo exigiram uma resiliência absurda e pequenos respiros [e suspiros] para me manter são nesse mergulho para águas mais profundas.
Mesmo assim, vez por outra, ainda me cobro posicionamentos, planificações, planos para daqui 5 anos, relacionamento estável, financiamentos para trocar de carro e uma noite com oito horas de sono. Saco isso!
Talvez meus dias de Pollyanna surtada estejam terminando. Acreditar que tudo vai dar certo no final pelo nível do meu esforço - acima da média, diga-se de passagem - não tem surtido efeito. Fica a impressão que é preciso um pouco mais de força para guinar a vida para onde ela deveria estar, mas ando sem forças para tanto. Ás vezes, até penso que aquele momento, o turning point, já passou. Então de que adianta tanta dedicação?
Preciso mesmo é dizer "foda-se!" ao invés de só pensar, ir mais ao cinema, viajar quando der na telha e sair às quintas à noite. Pena que ganhar na Mega Sena não seja uma alternativa válida.
Foto: Wolney Fernandes
Trecho da música "Ouro de Tolo" de Raul Seixas
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