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sábado, 7 de abril de 2012

Arejamentos


Entro devagar, quase com medo, aquele medo bobo que até a imaginação se recusa a preencher. Passo os dedos de leve pelas paredes nuas e dou passos cuidadosos. "Não vá pisar em alguma lembrança ou dor que tenha ficado escondida pelos cantos!"

Pelo caminho, tropeço numa vontade de arejamento que estava esquecida feito sapato perdido. Devia ter acendido a luz, mas tenho essa mania de andar às escuras pelos lugares. Tiro uma teia de aranha da fresta que prenuncia claridades, desejando que a aranha já tenha encontrado outro canto, outra morada. Olho pela janela enquanto tento adivinhar quem terá regado as flores de "amor perfeito"  no período de ausência.

Ouço alguém bater delicadamente: toc.. toc...

Sorrindo, atravesso minhas ausências para abrir a porta do meu próprio coração.

Imagem capturada aqui.

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