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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

No meu filme preferido


Vez em quando eu fujo para dentro do meu filme preferido e fico por lá, escondido. Dentro da película é mais fácil instaurar sentidos do absurdo e atiçar a facilidade de tudo celebrar. Dançar na festa do trágico.

No meu filme preferido as comemorações de despedida ganham um tom eterno, que na vida se perdem nas fotos esquecidas... nas fotos não tiradas. As cenas sempre promovem a facilidade de se espelhar no outro mais bonito, mais atraente... mas, principalmente, no outro que tem a coragem de ousar o absurdo que eu não tenho.

No meu filme preferido brinco com o impossível, que não seria tão impossível se eu tivessse a pequena coragem de escrever o roteiro da minha vida com um pouco mais de fôlego. Ou se admitisse que a vida não tem absolutamente nada de racional e me deixasse embalar pelo absurdo que de fato ela é.

Foto: Wolney Fernandes

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