Páginas

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Dias com Meu Pai


Meus dedos passearam pela capa do livro tentando entender de outro jeito o que meus olhos já haviam sussurrado: "Que imagem linda!". De modo sutil, a foto apresentava um velhinho sentado em uma poltrona com uma destas máscaras de dormir customizada. Eu que sou desses que compram livro e disco pela capa, antes de sucumbir a vontade de levar a obra comigo, resolvi folheá-lo e, com um simples passar de página, fui fisgado pela narrativa delicada de "Dias com meu Pai".

Após a morte da mãe em 2006, o fotógrafo Philip Toledano fez um registro tocante sobre seu pai. A cada dia o fotógrafo alimentava um blog [que virou o livro] com  imagens e relatos de sua experiência de convivício com seu projenitor.

“Isto é um diário. Um registro em andamento de meu pai e de nossa relação. Independente do tempo que ainda temos juntos”.

O livro, que você pode ver em imagens incríveis aqui, conta os últimos anos de convivência de um filho com um pai sem memória para eventos recentes. A narrativa, apesar de delicada, é punjente o bastante para desfiar as dores e alegrias que esse tipo de convivência pode gerar. Imagens e textos se cruzam em complementaridades que emocionam e incitam reflexões sobre a vida, seus afetos e limites.

A vida [ela de novo!] se revela pelas situações mais corriqueiras... nas sutilezas de um olhar, na dor de uma memória perdida, nas palavras esquecidas em pedaços de papel, no risco e no riso contidos no ato de poder cuidar de quem já cuidou de você. Bonito, difícil, verdadeiro!

Foto: Wolney Fernandes

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Dezessete de Janeiro de 2012 - Terça


Meu primeiro 17 de 2012 em cinco breves linhas:
- Durmo pouco por conta de uma gripe que custa a sarar.
- A madrugada parece desfiar inquietudes e a manhã no trabalho escorre motivações de poeira e vento.
- O almoço é regado a sopa e boa companhia.
- À tarde vago pelo Centro, de guarda-chuva na mão, à procura de uma máquina fotográfia para um amigo.
- Tiro a foto da postagem anterior. Sinto fome! Como uma goiaba e durmo cedo!

Foto: Wolney Fernandes

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Habitar


Na casa que habita meus sonhos tem balanço na sala, parede para guardar rabiscos e banco comprido pra sentar na cozinha. Nela, todo dia é dia de ouvir música e livros tem o quanto couber. Na casa que habita meus sonhos tem Penélope no canto e os edredons são escuros para aquecer as quietudes que moram em meu peito.

Foto: Wolney Fernandes