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terça-feira, 31 de maio de 2011

sábado, 28 de maio de 2011

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Nas bancas

Na banca da Rua 04
Enquanto olho algumas capas, um homem baixinho conversa com o dono da banca de revistas:
- Ela era bonita demais! Eu lembro dela passeando pela rua. A puta mais gostosa que essa cidade já viu e agora tá casada.
- O Genivaldo é corajoso!
- Pois é, eu tenho minhas dúvidas e não coloco minha mão no fogo, pois não acredito em ex-puta e nem em ex-viado.

Na banca da Avenida Goiás
Um rapaz chega e, num assombro só, desembucha a quem está dentro da banca:
- Vocês acreditam que tem dois homens se beijando ali na esquina?
Um velho de bigode deixa a revista que está folheando e se vira, indignado:
- Culpa da Dilma!

Imagem capturada aqui.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Sessão da Tarde

A Sessão da Tarde era o cinema que acomodava os primeiros batimentos do meu coração de cinéfilo. A batida era no ritmo dos filmes de adolescentes da década de 80 que eu assistia milhões de vezes sem me cansar. Narrativas previsíveis, figurinos de brechó e trilhas sonoras imbatíveis faziam parte do pacote sempre emoldurado por histórias [dramáticas?] de amor e comédia, típicas da idade.

Para minha surpresa, boa parte dos meus preferidos estão disponíveis no YouTube. A sessão nostalgia começou na semana passada e não tem data para terminar. Salve, mestre John Hughes e santa Molly Ringwald.

1. Curtindo a Vida Adoidado
2. A Garota de Rosa Shocking
3. Namorada de Aluguel
4. Alguém muito especial
5. Quase igual aos outros
6. Admiradora Secreta

Imagem capturada aqui

domingo, 22 de maio de 2011

Bis da semana























As músicas que mereceram bis no meu iPod esta semana:

01. Sunday - Hurts
02. Midnight Room - Blaudzun
03. Fuga nº 1 - Thiago Pethit
04. Go Your Own Way - Fleetwood Mac
05. Cuitelinho - Mônica Salmaso
06. The Things You Said - Depeche Mode
07. In my Boat - Cocoon
08. A Legacy of Confort - Martin Phipps
09. Piscar o Olho - Tiê
10. Arms - Christina Perri

Imagem capturada aqui.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Quando carinhos chegam dentro de caixinhas

São Jorge em camiseta, invenções dobradas em caixinhas de papel, batuques de coco a barroco...

Carinhos em forma de presentes que aqueceram meu coração nesta semana. E olha que meu aniversário é só no mês que vem!

Foto: Wolney Fernandes

terça-feira, 10 de maio de 2011

Pensar à lápis

"Eu não uso caneta. Não me acostumo. Já viu que a caneta corre no papel, assim, sem freio? Então, se a gente erra e quer arrumar, aí emporcalha tudo. Fica aquela desinteria de tinta!

Agora, o lápis não! O lápis é maravilhoso porque ele agarra o papel, ele aceita a borracha, ele obedece a mão e ao pensamento da gente. Aliás, eu sou um homem que só consegue pensar à lápis."

Trecho do filme "Narradores de Javé"
Imagem capturada aqui.

sábado, 7 de maio de 2011

Os Fios de Vó Cecília
























Vó Cecília colhia algodão de dois pés que ela mesma havia plantado no quintal. Com a saia do vestido feito concha, entrava em casa carregando os frutos brancos. No desfiar dos dias, descaroçava, cardava, fiava no fuso de mão e enrolava a linha em novelos que ela guardava pendurados atrás da porta do quarto.

Pouco tempo antes de morrer, me chamou e disse que aquela penca de novelos tinha uma finalidade: se fazer pano para um corte de camisa para mim. Ela se foi e eu nunca soube que fim levou os fios que ela tecia com tanto zelo. Talvez por isso, todas as vezes que abro o guarda-roupa para pegar uma camisa, minha memória a alcança.

Foto: Wolney Fernandes

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Esquecimentos

Esquecimentos tiram da gente pequenas alegrias. E as primeiras a partirem sem despedidas são aquelas baldias que brotam em pormenoridades. Junto com elas, as lembranças escapam, mas deixam um perfume bom que se espalha depois que vasos de alabastro se quebram.

Imagem de Vincent Van Gogh. Olhei aqui.

terça-feira, 3 de maio de 2011

O Céu de Suely

A impermanência instaurada pelas utopias que nos movem vida afora é o azul que dá o tom do filme "O Céu de Suely" (Brasil, 2006). Uma falta que vai além do material move Hermila, a protagonista, a voltar para sua cidade natal no interior no nordeste. Um filho no colo, a espera de um amor que nunca chega e a descoberta da solidão fazem com que ela decida rifar uma noite de sexo para conseguir o dinheiro necessário para que a vida continue à partir dali.

O retorno se cumpre pela vontade de partir novamente. Na inquietação diante de um cotidiano sem surpresas, cada trecho da narrativa parece extrair significados que não precisam de auto-explicação. A mudança experimentada por dentro marca um descompasso com a aparente imutabilidade que se cristaliza do lado de fora.

Uma parábola que não termina quando o retorno para a casa parece não dar conta das questões plantadas no coração. Nas palavras de T.S. Eliot: "E ao final de nossas longas explorações chegaremos finalmente ao lugar de onde partimos e o conheceremos então pela primeira vez". A resposta silenciosa que o filme dá a esta sentença vale cada pedaço de céu mostrado em diversas sequências durante a história. Destaque para a última cena, talvez um dos finais mais belos que o cinema nacional já mostrou.

Imagem capturada aqui.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Camadas temporais

O relógio de bolso da Novelo é uma das peças mais legais da nova coleção, pois mistura camadas de tempo entre passado e presente.
Pra se perder em variações clássicas e se encontrar em estilos bem contemporâneos.

Foto: Wolney Fernandes

domingo, 1 de maio de 2011

Afogamento

Lá em casa a pescaria começava no quintal, bem debaixo do pé de manga. Era lá que tinha terra preta e úmida, morada preferida das minhocas. Ainda menino, minha inaptidão para a pesca considerava uma atrocidade ter que espetar o anzol naqueles seres indefesos que se retorciam a cada furo.

Atirá-las aos peixes era crueldade ainda maior e meu coração ficava pequenino em saber que não havia salvação nem para a isca, nem para o pescado e muito menos para mim. Afinal, nas pescarias, minha função era ficar calado, enjoado e afogado pelo desejo de estar em outro lugar.

Imagem capturada aqui.