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sexta-feira, 30 de julho de 2010

Vazio

Hoje quero tão pouca coisa. Talvez o sussurro de algumas palavras serenas, em tom de tranquilidade ventilem meu vazio. Talvez encerrar o dia num exercício assombroso de reinvenção.

E quem disse que eu consigo? Dói-me demais saber que sou motivo de decepções. É uma dor que lateja insuportavelmente em meu peito e cabeça. Fico assim, oco, vazio, mudo, castrado, inerte... Sempre preferi sofrer sozinho para depois me acertar com meus fracos mecanismos de auto-piedade.

Hoje posso tão pouca coisa. Talvez voltar para minha natureza original de mais observar do que agir... ou então, tatear lentamente buscando as verdades que desapareceram no início de quem sou. Expurgar a culpa, toda culpa, que ainda sobrar por estar tão perdido. Reconhecer que meus defeitos também são as minhas vigas. Minhas paredes. Meu chão.

Hoje sei tão pouca coisa sobre ser forte, decidido. Vibram em mim, angústias... aquelas velhas conhecidas que me fazem temer a segunda-feira de enfrentamentos. Vribam também os planos soviéticos para desarmar meus silêncios e dizer sem medo o que sacode minhas entranhas.

O que me resta são os 'quereres' que preenchem meus vazios. Os mais variados: Quero ser irônico para desarmar pessoas só com palavras. Quero auto-estima. Quero pernas fortes que possam me levar mais longe dos meus temores. Quero olhos sem miopia para também enxergar cada um deles. Quero me contornar e me preencher com os movimentos que fizeram meus sonhos dançarem com a mais linda cumplicidade já experimentada até hoje.

Foto: Wolney Fernandes

quarta-feira, 7 de julho de 2010

terça-feira, 6 de julho de 2010

Na margem de mim

Carrego silêncios e imagens de solidão. Deito na margem de mim mesmo e, no escuro, busco claridades, remansos e espumas...

Foto: Wolney Fernandes

Frida

''Espero a partida com alegria... e espero nunca mais voltar..."
[Frida Kahlo]



Porque hoje, 06 de julho, é seu aniversário.
Imagem capturada em http://www.aaa.si.edu/exhibits/pastexhibits/kahlo/hispanic4.htm

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Minha poética para as construções

Materiais que se unem e se elevam numa atitude de domínio pela área que abrigam. A harmonia de uma construção é constituída pelo desenho formado por um emaranhado de linhas que se misturam.

Linhas da madeira, do concreto e dos ferros moldados à custa de marteladas, prensas, torções e pelo corte das barras rígidas que se convertem em uma estrutura sólida para perpetuar uma idéia e um espaço.

Horizontais ou verticais, oblíquas ou perpendiculares se apresentam como a coluna dorsal de espaços que podem abrigar a simplicidade e a suntuosidade; a agitação e a solidão; o sagrado e o profano.

Linhas que partem de uma universalidade que pode ser controlada, bastando apenas que lhe dêem uma nova direção, um novo ritmo e uma nova linguagem, despertando nelas a vocação para o modesto ou para o sublime.

Texto e imagens elaboradas em outubro de 2000, fruto da justificativa para um trabalho cujo tema era "Construções".