Transformando discos em painéis.
Imagem do painel para a Festa à Fantasia da CAJU
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Das avós, teorias terminadas em "ão"
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Em dias de alegrias
Em dias de alegrias: biscoito de queijo no café da manhã, um livro amarelo cheio de imagens pronto para ser aberto, os meus pés descalços no encosto do sofá, recados bordados de saudades na tela do computador, vento travesso entrando pela janela, canções roubadas embalando minhas preguiças, cinema no fim da tarde, sono desprovido de despertadores para o dia seguinte.
Imagem capturada em http://www.omorte.blogspot.com/
Imagem capturada em http://www.omorte.blogspot.com/
Quadrinhos e Quadrões
Perdido nas esquinas de Mondrian.
Imagem capturada em http://lh4.ggpht.com/_IxrzViTqGRk/SqqBNqMbhfI/AAAAAAAAArg/Jsgg0OELCDw/cvaksberg03.jpg
Imagem capturada em http://lh4.ggpht.com/_IxrzViTqGRk/SqqBNqMbhfI/AAAAAAAAArg/Jsgg0OELCDw/cvaksberg03.jpg
domingo, 25 de outubro de 2009
Paisagens onde o tempo repousa
Cinco de lá. Cinco daqui.
01. Maybe - Ingrid Michaelson
02. Close - Pete Yorn
03. A Cold wind will blow through your door - Bill Ricchini
04. I Look to You - Whitney Houston
05. Find my way back home - Priscilla Ahn
06. Todo - Renatho Mota
07. Vagalumes - Paula Fernandes
08. Como um menino - LS Jack
09. Hei de voltar pro Sul - Mônica Tomasi
10. 10 minutos - Ana Carolina
Imagem capturada em http://www.tapedeck.org/icm/
02. Close - Pete Yorn
03. A Cold wind will blow through your door - Bill Ricchini
04. I Look to You - Whitney Houston
05. Find my way back home - Priscilla Ahn
06. Todo - Renatho Mota
07. Vagalumes - Paula Fernandes
08. Como um menino - LS Jack
09. Hei de voltar pro Sul - Mônica Tomasi
10. 10 minutos - Ana Carolina
Imagem capturada em http://www.tapedeck.org/icm/
[Re]inventando sentidos
Paisagens perfumadas de azul
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Toda Nara
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Escrituras cotidianas
01. No banheiro masculino da Faculdade de Artes Visuais:
"O arqueiro que ultrapassa o alvo, falha tanto como aquele que não o alcança." (Montaigne)
02. No quadro de respostas de uma enquete feita no Shopping Flamboyant:
"Pergunta - O que é sustentabilidade?
Resposta - É o que nos sustenta pela bilidade."
03. Em um pedaço de papelão jogado na rua 04:
"O amor é bonito como uma flor, basta um pouco de calor."
04. Na contracapa de um livro garimpado no sebo:
"E pra dor da solidão o alívio custa mais a chegar."
05. No muro da quadra atrás do meu prédio:
"Preenchendo o vazio que tanto me incomoda"
Foto: Wolney Fernandes
"O arqueiro que ultrapassa o alvo, falha tanto como aquele que não o alcança." (Montaigne)
02. No quadro de respostas de uma enquete feita no Shopping Flamboyant:
"Pergunta - O que é sustentabilidade?
Resposta - É o que nos sustenta pela bilidade."
03. Em um pedaço de papelão jogado na rua 04:
"O amor é bonito como uma flor, basta um pouco de calor."
04. Na contracapa de um livro garimpado no sebo:
"E pra dor da solidão o alívio custa mais a chegar."
05. No muro da quadra atrás do meu prédio:
"Preenchendo o vazio que tanto me incomoda"
Foto: Wolney Fernandes
domingo, 18 de outubro de 2009
Sonho em preto e branco
Tudo à minha volta era preto e branco. A catedral majestosa se erguia em linhas góticas. Enquanto meus olhos contemplavam sua altura, o barulho da feira que acontecia estranhamente dentro da igreja me induzia a caminhar entre os/as feirantes. Apesar de ser a única pessoa colorida, a multidão não me notava, pois sua única preocupação era o ofício do comércio.
Caminhar entre os/as transeuntes era bem fácil, os feixes de luz branca que entravam pelos vitrais desbotados deixava tudo claro demais. Pelo cenário surreal eu logo percebi que estava em um sonho, mas isso não me abalou. Continuei caminhando.
Foi então que minha avó Cecília, mãe da minha mãe, surgiu na multidão. Diferente daquela imagem curvada e idosa que eu trazia na lembrança, ela apareceu altiva e jovem. De cabelos presos num rabo de galo baixo, sorriu quando me viu e nem precisou dizer que era minha avó. Eu já sabia. Caminhou até mim e ofertou-me um presente que trazia nas mãos.
Era um pequeno livrinho de imagens. Várias fotografias amareladas com bordas repicadas mostravam um lugar que eu não conhecia. Sorrindo, ela falou calmamente: "Sei que você gosta de imagens, então este livro é para você conhecer o lugar onde sua mãe cresceu. O quintal que ela brincou, as árvores que ela subiu, a casa do sítio onde a gente morou antes de nos mudarmos para Lagolândia".
Antes que eu pudesse esboçar uma resposta, senti uma mão em meus ombros e, ao me virar, vi minha tia Dita, irmã de minha mãe, com sorriso emoldurado pelos cabelos longos e lisos. Foi sorrindo que ela completou: "É um lugar bonito, por que não leva sua mãe até lá para matar as saudades que ela sente do sítio?"
Com um estremecimento, destes que fazem o corpo vibrar sobre os lençóis, eu acordei.
Imagem: A única imagem do lugar descrito no sonho. Arquivo Pessoal.
Caminhar entre os/as transeuntes era bem fácil, os feixes de luz branca que entravam pelos vitrais desbotados deixava tudo claro demais. Pelo cenário surreal eu logo percebi que estava em um sonho, mas isso não me abalou. Continuei caminhando.
Foi então que minha avó Cecília, mãe da minha mãe, surgiu na multidão. Diferente daquela imagem curvada e idosa que eu trazia na lembrança, ela apareceu altiva e jovem. De cabelos presos num rabo de galo baixo, sorriu quando me viu e nem precisou dizer que era minha avó. Eu já sabia. Caminhou até mim e ofertou-me um presente que trazia nas mãos.
Era um pequeno livrinho de imagens. Várias fotografias amareladas com bordas repicadas mostravam um lugar que eu não conhecia. Sorrindo, ela falou calmamente: "Sei que você gosta de imagens, então este livro é para você conhecer o lugar onde sua mãe cresceu. O quintal que ela brincou, as árvores que ela subiu, a casa do sítio onde a gente morou antes de nos mudarmos para Lagolândia".
Antes que eu pudesse esboçar uma resposta, senti uma mão em meus ombros e, ao me virar, vi minha tia Dita, irmã de minha mãe, com sorriso emoldurado pelos cabelos longos e lisos. Foi sorrindo que ela completou: "É um lugar bonito, por que não leva sua mãe até lá para matar as saudades que ela sente do sítio?"
Com um estremecimento, destes que fazem o corpo vibrar sobre os lençóis, eu acordei.
Imagem: A única imagem do lugar descrito no sonho. Arquivo Pessoal.
sábado, 17 de outubro de 2009
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Heartbeat
domingo, 11 de outubro de 2009
25 possibilidades
01. Trilha sonora para embalar as correrias e sossegos de todo dia. (CD "Before Sunset")
02. Arte e Cultura Visual para olhar o mundo com todos os sentidos. (Obra "Das tramas do olhar me enxergo dali")
03. Coração para guardar um amor e cultivar saudades e esperanças. (Este veio do sul)
04. Filmes para conhecer outros mundos, viver outras vidas e, assim, mergulhar para dentro de mim mesmo. (DVD Antes do Amanhecer)
05. Caneca para guardar todos os lápis, canetas, pincéis e badulaques de desenhar. (Esta eu trouxe de Nova York)
06. Cores e dores de Frida Kahlo para dialogar com minhas angústias. (Caixinha de fósforo customizada - Presente do João)
07. Fotos antigas para viajar no tempo e dar vazão as minhas nostalgias. (Arquivo de família)
08. Pincéis e tintas para colorir meu mundo rabiscado com ilustrações (Tinta Acrílica)
09. Livros antigos para guardar cartas e desenhar por sobre as letras. (Livro "Dom Quichote Philosopho" de M. Diouloufet - edição de 1910)
10. iPod para carregar todas as músicas das minha incontáveis trilhas sonoras. (iPod Nano)
11. Ingresso de cinema e carterinha de estudante para garantir as sessões de toda semana.
12. Revista Trip para aprender com uma editoria inteligente e fora dos padrões da 'maldita' perfeição. (Edição de setembro de 2009)
13. All Star customizado para andar com um pé no conforto e outro no estilo. (All Star Converse)
14. Colar das circularidades para ensinar que a vida não se faz em linha reta. (Este eu comprei numa banca na Feira do Sol)
15. Pateta de pelúcia porque eu sempre me identifiquei com o jeito inocente e bobo dele. (Das Lojas Americanas)
16. Relógio para lembrar e também esquecer as horas.
17. Bloco de desenho para eternizar instantes.
18. Camisetas básicas e coloridas para fazer estampas exclusivas. (Camiseta Hering com desenho do filme "O fabuloso destino de Amélie Poulain")
19. Cinto colorido para quebrar monotonias. (Cinto da Kaia)
20. Óculos para ler, ver TV e mexer no computador, ou seja, sempre!
21. Pulseira de linha para marcar transições e desatar nós. (Do hippie da esquina)
22. Perfume para se fazer lembrança. (Perfume 212 Men - Carolina Herrera)
23. Proteção para os olhos e para os lábios contra a secura do cerrado. (Colírio "Claroft" e protetor labial da Natura)
24. Flores para perfumar o quarto e preservar belezas.
25. Livro para apreender emoções e criar mundos de possibilidades. (Livro "Menino de Lugar Nenhum de David Mitchell)
Foto: Wolney Fernandes
02. Arte e Cultura Visual para olhar o mundo com todos os sentidos. (Obra "Das tramas do olhar me enxergo dali")
03. Coração para guardar um amor e cultivar saudades e esperanças. (Este veio do sul)
04. Filmes para conhecer outros mundos, viver outras vidas e, assim, mergulhar para dentro de mim mesmo. (DVD Antes do Amanhecer)
05. Caneca para guardar todos os lápis, canetas, pincéis e badulaques de desenhar. (Esta eu trouxe de Nova York)
06. Cores e dores de Frida Kahlo para dialogar com minhas angústias. (Caixinha de fósforo customizada - Presente do João)
07. Fotos antigas para viajar no tempo e dar vazão as minhas nostalgias. (Arquivo de família)
08. Pincéis e tintas para colorir meu mundo rabiscado com ilustrações (Tinta Acrílica)
09. Livros antigos para guardar cartas e desenhar por sobre as letras. (Livro "Dom Quichote Philosopho" de M. Diouloufet - edição de 1910)
10. iPod para carregar todas as músicas das minha incontáveis trilhas sonoras. (iPod Nano)
11. Ingresso de cinema e carterinha de estudante para garantir as sessões de toda semana.
12. Revista Trip para aprender com uma editoria inteligente e fora dos padrões da 'maldita' perfeição. (Edição de setembro de 2009)
13. All Star customizado para andar com um pé no conforto e outro no estilo. (All Star Converse)
14. Colar das circularidades para ensinar que a vida não se faz em linha reta. (Este eu comprei numa banca na Feira do Sol)
15. Pateta de pelúcia porque eu sempre me identifiquei com o jeito inocente e bobo dele. (Das Lojas Americanas)
16. Relógio para lembrar e também esquecer as horas.
17. Bloco de desenho para eternizar instantes.
18. Camisetas básicas e coloridas para fazer estampas exclusivas. (Camiseta Hering com desenho do filme "O fabuloso destino de Amélie Poulain")
19. Cinto colorido para quebrar monotonias. (Cinto da Kaia)
20. Óculos para ler, ver TV e mexer no computador, ou seja, sempre!
21. Pulseira de linha para marcar transições e desatar nós. (Do hippie da esquina)
22. Perfume para se fazer lembrança. (Perfume 212 Men - Carolina Herrera)
23. Proteção para os olhos e para os lábios contra a secura do cerrado. (Colírio "Claroft" e protetor labial da Natura)
24. Flores para perfumar o quarto e preservar belezas.
25. Livro para apreender emoções e criar mundos de possibilidades. (Livro "Menino de Lugar Nenhum de David Mitchell)
Foto: Wolney Fernandes
Desejo de menino
Quando eu crescer, quero ser o Luiz Fernando Carvalho.
Primeiro, pelos poemas visuais de Lavoura Arcaica.
Segundo, pelas texturas de A Pedra do Reino e camadas de beleza de Capitu.
E para sempre por causa da infância eterna de Hoje é Dia de Maria.
Imagem: Cena do Filme Lavoura Arcaica
Primeiro, pelos poemas visuais de Lavoura Arcaica.
Segundo, pelas texturas de A Pedra do Reino e camadas de beleza de Capitu.
E para sempre por causa da infância eterna de Hoje é Dia de Maria.
Imagem: Cena do Filme Lavoura Arcaica
Crash! Boom! Bang!*
UP - Altas Aventuras
Up começa com silêncios e realces nas visualidades por elas mesmas. As imagens são apreendidas sem necessidades de diálogos. Um recurso interessante, pois amplia os limites de nossa percepção, gera empatia e nos torna co-autores da narrativa.
Desta vez, os protagonistas da animação são um velho mal-humorado e um menino com traços orientais. Carl Fredricksen é um viúvo de 78 anos que decide se mudar para a América do Sul usando milhares de balões para levar sua casa inteira e realizar um antigo sonho de sua esposa. Porém, todo o drama (que nesse caso é uma comédia) tem início quando ele percebe que Russel, um escoteiro mirim também embarcou acidentalmente na aventura. Juntos, eles vivem aventuras que vão estreitando os laços de uma amizade que, à princípio, soa improvável.
As identificações são imediatas, pois o filme toca em questões e conflitos dos nossos dias dando novos sentidos à velha equação que move nossa existência: Como equilibrar/adequar nossos sonhos à realidade e vice-versa? Na encruzilhada entre a banalização do cotidiano e a necessidade de inventar o inusitado, a narrativa de Up propõe um olhar terno sobre a vida partilhada. Faz lembrar outro filme - "Na Natureza Selvagem" (Into the Wild, 2007) - quando o protagonista depois de provar o amargo da solidão, deixa entalhado na mesa que "A felicidade só é verdadeira quando é compartilhada".
Up – Altas Aventuras é uma bela animação que explora caminhos movediços, reunindo com talento, drama e humor, diversão e reflexão, estabilidade e inconstância... Tudo na medida de nossas aberturas e da possibilidade de perceber e refletir sobre os balões que carregam nossos sonhos.
Imagem capturada em http://jovemnerd.ig.com.br/jovem-nerd-news/cinema/confira-o-primeiro-poster-teaser-de-up/
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Alegria de 14 chicletes
No armazém da esquina, o menino chega correndo, se enfia na minha frente e, com três moedas na mão, pergunta ao vendedor:
- Seu Antônio, setenta centavos dá quantos chicletes?
"Seu" Antônio responde sem olhar o moleque.
- Dá 14 chicletes.
O rosto da criança se ilumina em um sorriso de sanfona.
- Então eu quero 14 chicletes! - diz jogando as três moedas no balcão.
Eu espero enquanto ele faz um concha com as duas mãos para receber toda a sua compra.
O menino pula da calçada até a rua dando pinotes, enquanto eu pago pelo meu refrigerante predileto.
Suspiro e saio do armazém com vontade daquela alegria de 14 chicletes.
Imagem capturada em http://www.panoramio.com/photo/7063626
- Seu Antônio, setenta centavos dá quantos chicletes?
"Seu" Antônio responde sem olhar o moleque.
- Dá 14 chicletes.
O rosto da criança se ilumina em um sorriso de sanfona.
- Então eu quero 14 chicletes! - diz jogando as três moedas no balcão.
Eu espero enquanto ele faz um concha com as duas mãos para receber toda a sua compra.
O menino pula da calçada até a rua dando pinotes, enquanto eu pago pelo meu refrigerante predileto.
Suspiro e saio do armazém com vontade daquela alegria de 14 chicletes.
Imagem capturada em http://www.panoramio.com/photo/7063626
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Todo dia, a todo momento
1. Relax, Take It Easy - Mika
2. Single Girls - Laura Jansen
3. Little Toy Gun - Honeyhoney
4. Summer at Eureka - Pete Murray
5. Bella's Lullaby - Carter Burwell
6. Won't Go Home Without You - Maroon 5
7. Hearts in Pain - Stephen Kellogg
Imagem capturada em http://www.tapedeck.org/icm/
2. Single Girls - Laura Jansen
3. Little Toy Gun - Honeyhoney
4. Summer at Eureka - Pete Murray
5. Bella's Lullaby - Carter Burwell
6. Won't Go Home Without You - Maroon 5
7. Hearts in Pain - Stephen Kellogg
Imagem capturada em http://www.tapedeck.org/icm/
No Café de Pina Bausch
Em dois atos, a Companhia de Dança-Teatro de Pina Bausch (Tanztheater Wuppertal) fez remexer, viceralmente, inúmeras emoções em pouco menos de duas horas de espetáculo. Tudo pareceu incerto diante daqueles movimentos que me desafiaram.
Em Café Müller, o enredo aberto me fez dançar simultaneamente, ora no palco, ora na platéia, pois me conduziu a cotidianos de verdades e fantasias. Por vezes, era eu no palco afastando as cadeiras para que a mulher sonâmbula se movesse no compasso da vida. Em outras ocasiões eram os movimentos da mulher cega que me impeliam a imaginar quais as cadeiras que me impedem de caminhar/sonhar.
Então, arrebatado pela beleza de um palco todo coberto com terra, vejo a vibração da Sagração da Primavera me questionar de modo preciso: que paixões movem meu corpo?
Acaba o espetáculo, mas a pungência daqueles movimentos permanece em mim, feito a terra que gruda nos corpos suados dos/as dançarinos/as. Saio enlameado com as incertezas que me impelem a seguir adiante, mas nunca em linha reta, dançando em cotidianos espiralados de sentidos.
Imagem capturada em http://www.danceviewtimes.com/2008/03/dance-with-mean.html
Em Café Müller, o enredo aberto me fez dançar simultaneamente, ora no palco, ora na platéia, pois me conduziu a cotidianos de verdades e fantasias. Por vezes, era eu no palco afastando as cadeiras para que a mulher sonâmbula se movesse no compasso da vida. Em outras ocasiões eram os movimentos da mulher cega que me impeliam a imaginar quais as cadeiras que me impedem de caminhar/sonhar.
Acaba o espetáculo, mas a pungência daqueles movimentos permanece em mim, feito a terra que gruda nos corpos suados dos/as dançarinos/as. Saio enlameado com as incertezas que me impelem a seguir adiante, mas nunca em linha reta, dançando em cotidianos espiralados de sentidos.
Imagem capturada em http://www.danceviewtimes.com/2008/03/dance-with-mean.html
Das saudades
Os olhos ardem e o corpo dói. As outras dores só aparecem quando, em pausa bem curta, levanto da cadeira e deixo meu olhar serpentear por entre as luzes da cidade. Da janela, constato que nunca satisfeito fui. Por vezes volto às margens da insatisfação. Não há monotonia, mas também não há tempo para entusiasmos pueris.
Cato os passos miúdos de quem caminha na rua lá embaixo, enquanto os acordes da música me embebedam e contam de um segredo que não se guarda. Suspiro... É só aquela saudade incapaz e incompetente de quietudes.
Imagem: Wolney Fernandes
Cato os passos miúdos de quem caminha na rua lá embaixo, enquanto os acordes da música me embebedam e contam de um segredo que não se guarda. Suspiro... É só aquela saudade incapaz e incompetente de quietudes.
Imagem: Wolney Fernandes
Veadagens Teológicas*
Quando veadagens nos ensinam teologia pela obra de Frida Kahlo.
Livro: [re]leituras de Frida Kahlo - Por uma ética estética da diversidade machucada.
Organizadora: Edla Eggert
Editora: EDUNISC
Subversivo, tocante e preciso. Mais informações aqui!
Imagem: Capa do livro em montagem sobre a obra "La Venadita" [1946] de Frida Kahlo.
(*) Do artigo de André Sidnei Musskopf
Livro: [re]leituras de Frida Kahlo - Por uma ética estética da diversidade machucada.
Organizadora: Edla Eggert
Editora: EDUNISC
Subversivo, tocante e preciso. Mais informações aqui!
Imagem: Capa do livro em montagem sobre a obra "La Venadita" [1946] de Frida Kahlo.
(*) Do artigo de André Sidnei Musskopf
No cemitério
Estranhezas e bonitezas de um cemitério no Rio Grande do Sul:
1. Túmulos em forma de casas com alpendres e plantas na fachada;
2. Lápides pintadas de rosa;
3. Budas e Cristos (redentores) velando mortos/as;
4. Coroas de flores enferrujadas;
5. Cruzes que parecem saídas de um filme do Drácula;
6. Paredes guardando corpos e lindas tipografias;
7. Vasos com flores desbotados sobre forros de crochês.
Foto: Rosi Martins
1. Túmulos em forma de casas com alpendres e plantas na fachada;
2. Lápides pintadas de rosa;
3. Budas e Cristos (redentores) velando mortos/as;
4. Coroas de flores enferrujadas;
5. Cruzes que parecem saídas de um filme do Drácula;
6. Paredes guardando corpos e lindas tipografias;
7. Vasos com flores desbotados sobre forros de crochês.
Foto: Rosi Martins
No Balanço da Cortina
Querida Sofia!
Tenho viajado a lugares incomuns. Embarco no balanço da cortina na janela e, por minha conta, sigo entre histórias, imagens, músicas, livros ou filmes. Viajo também com olhos e pés, para entender o que é meu, os rastros que deixei e as cores que vislumbrei.
Passeio também para o futuro na tentativa de me reconciliar com o tempo e a morte. É como celebrar minha existência. Irrecuperável é minha falta de coragem frente ao inevitável: jamais o tempo atrasado das relações, dos conflitos que me rodeiam em seus intercâmbios intermináveis.
Aqui, agora, depois do silêncio instaurado pelas correrias dos cotidianos que eu mesmo desenhei, reforço as linhas que desenharam meu caminho e coloro aquelas que contornaram as incursões do coração. E eu me permito ser errante e passional. Há a dor, mas a paixão é a ponte que atravessa o intervalo entre uma e outra.
Sabe, Sofia, a gente precisa viajar também para lugares desconhecidos. Talvez isso quebre essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Não quero ser professor e nem doutor daquilo que não vi. Quero ser aluno para me encantar com o que vejo de novo... e de novo!
Estou de volta! E isso é só o começo.
Beijos!
Imagem: Wolney Fernandes
Tenho viajado a lugares incomuns. Embarco no balanço da cortina na janela e, por minha conta, sigo entre histórias, imagens, músicas, livros ou filmes. Viajo também com olhos e pés, para entender o que é meu, os rastros que deixei e as cores que vislumbrei.
Passeio também para o futuro na tentativa de me reconciliar com o tempo e a morte. É como celebrar minha existência. Irrecuperável é minha falta de coragem frente ao inevitável: jamais o tempo atrasado das relações, dos conflitos que me rodeiam em seus intercâmbios intermináveis.
Aqui, agora, depois do silêncio instaurado pelas correrias dos cotidianos que eu mesmo desenhei, reforço as linhas que desenharam meu caminho e coloro aquelas que contornaram as incursões do coração. E eu me permito ser errante e passional. Há a dor, mas a paixão é a ponte que atravessa o intervalo entre uma e outra.
Sabe, Sofia, a gente precisa viajar também para lugares desconhecidos. Talvez isso quebre essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Não quero ser professor e nem doutor daquilo que não vi. Quero ser aluno para me encantar com o que vejo de novo... e de novo!
Estou de volta! E isso é só o começo.
Beijos!
Imagem: Wolney Fernandes
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