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quarta-feira, 6 de maio de 2009

Instantes de encantamento

Os instantes de encantamento, mesmo fugidios, ainda não deixaram meu corpo. Talvez por isso, os sonhos ainda não tenham chegado em beco sem saída.
Que bom é poder ainda me emocionar com o pequeno beija-flor que, num vôo intrépido, alcança a janela do décimo andar para fazer pulsar um coração miudinho;
Que bom é poder ainda sentir o arrepio que dá quando me toma o gosto apurado dos afetos que, junto comigo, defenderam as histórias de anjos e de serpentes numa tarde de quinta;
Que bom é poder ainda caminhar com vagar e silêncio me perdendo nas melodias e rimas das canções que trago sempre no bolso;
Que bom é poder ainda traçar em folha branca a curiosidade infante do menino que olha ao seu redor para riscar o mundo que habita;
Que bom é poder ainda arrumar o cabelo de azeviche em frente ao espelho e no gesto que a mão desenha lembrar de um tanto de sol contido em olhos de tamarindo;
Que bom é poder ainda sentir saudades!

Imagem capturada em http://cafecomamigos.com.br/category/poesia/

Um comentário:

edeugalho disse...

Interessante, nunca fazemos poesias sobre coisas grandes, mas sim de coisas simples.